Sempre cai nas provas o assunto “Tipologia textual” (Tipos textuais) mas muita gente confunde com “Gêneros Textuais” (gêneros discursivos).
Querem dizer a mesma coisa?
Não.
Estas são duas classificações que recebem os textos que produzimos a longo de nossa vida, seja na forma oral ou escrita.
Sendo que a primeira leva em consideração estruturas específicas de cada tipo, ou seja, seguem regras gramaticais, algo mais formal.
Já a segunda preocupa-se não em classificar um texto por regras, mas sim levando em consideração a finalidade do texto; o papel dos interlocutores; a situação de comunicação. São inúmeros os gêneros textuais: Piada, conto, romance, texto de opinião, carta do leitor, noticia, biografia, seminário, palestras, etc.
O Que É Tipologia Textual?
Como dito anteriormente, são as classificações recebidas por um texto de acordo com as regras gramaticais, dependendo de suas características. São as classificações mais clássicas de um texto: A narração, a descrição e a dissertação. Hoje já se admite também a exposição e a injunção. Ao todo são 5 (cinco) tipos textuais.
NARRAÇÃO
Ao longo de nossa vida estamos sempre relatando algo que nos aconteceu ou aconteceu com outros, pois nosso dia-a-dia é feito de acontecimentos que necessitamos contar/relatar. Seja na forma escrita ou na oralidade, esta é a mais antiga das tipologias, vem desde os tempos das cavernas quando o homem registrava seus momentos através dos desenhos nas paredes.
Regra gramatical para este tipo de texto (NARRAÇÃO):
Narrar é contar uma história que envolve personagens e acontecimentos. São apresentadas ações e personagens: O que aconteceu, com quem, como, onde e quando.
Segue a seguinte estrutura:
NARRAÇÃO/NARRAR (CONTAR) | Personagens (com quem/ quem vive a história – reais ou imaginários) Enredo (o que/ como – fatos reais ou imaginários) Espaço (onde? /quando? ) |
Exemplo:
Minha vida de menina
Faço hoje quinze anos. Que aniversário triste! Vovó chamou-me cedo, ansiada como está, coitadinha e disse: “Sei que você vai ser sempre feliz, minha filhinha, e que nunca se esquecerá de sua avozinha que lhe quer tanto”. As lágrimas lhe correram pelo rosto abaixo e eu larguei dos braços dela e vim desengasgar-me aqui no meu quarto, chorando escondida.
Como eu sofro de ver que mesmo na cama, penando com está, vovó não se esquece de mim e de meus deveres e que eu não fui o que deveria ter sido para ela! Mas juro por tudo, aqui nesta hora, que eu serei um anjo para ela e me dedicarei a esta avozinha tão boa e que me quer tanto.
Vou agora entrar no quarto para vê-la e já sei o que ela vai dizer: “Já estudou suas lições? Então vá se deitar, mas antes procure alguma coisa para comer. Vá com Deus”. Helena Morley
DESCRIÇÃO
a intenção deste tipo de texto é que o interlocutor possa criar em sua mente uma imagem do que está sendo descrito. Podemos utilizar alguns recursos auxiliares da descrição. São eles:
A-) A enumeração:
Pela enumeração podemos fazer um “retrato do que está sendo descrito, pois dá uma ideia de ausência de ações dentro do texto.
B-) A comparação:
Quando não conseguimos encontrar palavras que descrevam com exatidão o que percebemos, podemos utilizar a comparação, pois este processo de comparação faz com que o leitor associe a imagem do que estamos descrevendo, já que desperta referências no leitor. Utilizamos comparações do tipo: o objeto tem a cor de …, sua forma é como …, tem um gosto que lembra …, o cheiro parece com …, etc.
C-) Os cinco sentidos:
Percebemos que até mesmo utilizando a comparação para poder descrever, estamos utilizando também os cinco sentidos: Audição, Visão, Olfato, Paladar, Tato como auxílio para criação desta imagem, proporcionando que o interlocutor visualize em sua mente o objeto, o local ou a pessoa descrita.
Por exemplo: Se você fosse descrever um momento de lazer com seus amigos numa praia. O que você perceberia na praia utilizando a sua visão (a cor do mar neste dia, a beleza das pessoas à sua volta, o colorido das roupas dos banhistas) e a sua audição (os sons produzidos pelas pessoas ao redor, por você e pelos seus amigos, pelos ambulantes). Não somente estes dois, você pode utilizar também os outros sentidos para caracterizar o objeto que você quer descrever.
Regra Gramatical para este tipo de texto (Descrição):
Descrever é apresentar as características principais de um objeto, lugar ou alguém.
Pode ser:
Objetiva: Predomina a descrição real do objeto, lugar ou pessoa descrita. Neste tipo de descrição não há a interferência da opinião de quem descreve, há a tendência de se privilegiar o que é visto, em detrimento do sujeito que vê.
Subjetiva: aparecem, neste tipo de descrição, as opiniões, sensações e sentimentos de quem descreve pressupondo que haja uma relação emocional de quem descreve com o que foi descrito.
Características do texto descritivo
- – É um retrato verbal
- – Ausência de ação e relação de anterioridade ou posterioridade entre as frases
- – As classes gramaticais mais utilizadas são: substantivos, adjetivos e locuções adjetivas
- – Como na narração há a utilização da enumeração e comparação
- – Presença de verbos de ligação
- – Os verbos são flexionados no presente ou no pretérito (passado)
- – Emprego de orações coordenadas justapostas
A estrutura do texto descritivo
A descrição apresenta três passos básicos:
- 1- Introdução: apresentação do que se pretende descrever.
- 2- Desenvolvimento: caracterização subjetiva ou objetiva da descrição.
- 3- Conclusão: finalização da apresentação e caracterização de algo.