Desde meu ingresso na faculdade de economia, eu tinha um sonho: ser servidor público e, com zelo e eficiência, exercer atividade profissional de relevância para a sociedade.
Durante a graduação, fui aprovado no concurso para Técnico Bancário da Caixa Econômica Federal (CAIXA). Assumi com prazer, exerci cargo comissionado e, apesar de ter sido feliz lá, decidi começar "alçar voos mais altos".
Estudei em alguns cursos preparatórios. Com pouco material e com muita dificuldade, eu visava à transformação de meu sonho em meu objetivo.
Tal como a esmagadora maioria dos concursandos, fui reprovado em algumas ocasiões, mas há um fato marcante…
… No segundo semestre de 2006, trabalhando oito diárias na CAIXA, preparei-me com muito afinco para o concurso de Auditor Fiscal de Tributos Municipais (AFTM/SP), realizado em janeiro/2007.
Muito confiante, sai das provas e aguardei o resultado. Conversando com os colegas de curso acerca de meu desempenho, eu estava convicto de que obteria aprovação e classificação…
Contudo, não foi o que ocorreu… Fui aprovado, mas, fora do número de vagas, não fui convocado… Quase, quase….
Extremamente abatido, com um “gosto amargo na boca”, abandonei o estudo para concursos nos anos de 2007 e 2008. Fui fazer pós-graduação em Finanças e Controladoria, ocasião na qual conheci Sandra, minha atual esposa e natural do Rio Grande do Sul.
Gostei muito de ter me especializado em finanças, mas sabia que havia fugido à luta, sucumbido diante de um resultado aquém do esperado… Era como se percorresse o caminho inverso: meu objetivo, ao ficar mais distante, estava se tornando apenas um sonho remoto…
No início de 2009, a situação começou a ser modificada. Em meio a muitas atividades que tomam tempo (conclusão da pós-graduação, trabalho diário na CAIXA e preparativos de nosso casamento), com participação efetiva de Sandra, começamos a estudar juntos para concursos públicos. Para mim era o recomeço; para ela, o começo.
Nosso foco era o concurso para Agente Fiscal de Rendas (AFR/SP), mas fiz, nesta nova etapa, cinco concursos: fui reprovado em 1; aprovado, mas não classificado em 2; aprovado e convocado para assumir em outros dois 2.
Saliento que no concurso para AFR/SP fui aprovado, mas não me classifiquei. Entretanto, tenho certeza de que amadureci com isto.
Passado um pequeníssimo período de chateação, voltamos à carga e, sem que estivéssemos esperando, verificamos que o edital para o concurso de Agente Fiscal do Tesouro do Estado (AFTE/RS) havia sido publicado.
Diante deste fato relevante, reavaliamos nosso método de estudo e empreendemos um grande esforço…
Acordávamos diariamente por volta das 05:00 e estudávamos até o horário de seguir para o trabalho. Ao final do dia, voltávamos para casa e retomávamos os estudos até o momento de ir dormir.
Nesta nova empreitada, contamos com um grande aliado: "A Internet". Com custo baixíssimo, obtivemos acesso a aulas de grande qualidade, as quais, juntamente com outros materiais, ajudaram demais na realização de meu sonho.
Hoje, favorecido pelas circunstâncias e sob vigilante olhar de Deus, finalmente logrei êxito e sou, com muito orgulho, um dos mais novos AFTE/RS. Revendo esta trajetória é impossível não ficar emocionado.
Creio que se trata de apenas mais uma história de vida. Porém, permite extrair quatro importantes lições: humildade é fundamental em todos os momentos; crença, fé, otimismo e entusiasmo são ingredientes essenciais em tudo o fazemos na vida; apoio familiar é elemento fortalecedor; método de estudo e material adequados representam condições sine qua non.
A partir do momento em que estes requisitos estão presentes, a caminhada se torna muito mais fácil e as possibilidades de êxito, sem sombra de dúvida, multiplicam-se.
Evidentemente, o diário oficial somente pode conter o nome do candidato convocado a assumir. Este aspecto legal esconde muitas pessoas, com forte atuação “nos bastidores”.
Neste particular, por meio desta mensagem, agradeço a todos os integrantes responsáveis pelos materiais que utilizei, pois forneceram auxílio de inestimável valor.
Por oportuno, sou muito grato a meus pais, Rubens e Elida, por sempre terem acreditado na concretização deste sonho e, claro, por me darem todas as condições materiais e morais para viver com muita dignidade.
A vivência amorosa com minha esposa significou um ponto de inflexão: saindo da descrença com os concursos; dirigi-me, em velocidade de cruzeiro, àquilo que denomino “otimismo equilibrado”, isto é, sem “tirar os pés do chão”. Não tenho palavras para expressar o quão importante ela foi e tenho certeza de que, em breve, será ela a escrever sua história.
Feitos estes esclarecimentos, tenho intenção de retribuir, em alguma medida, a todos. Mas, creio eu, este é um tema para tratativas posteriores.
Para finalizar, reflito sobre o segundo parágrafo deste texto… Ciente das responsabilidades inerentes ao cargo, eu me sinto preparado para contribuir (sem demagogia e presunção), com a construção de uma sociedade um pouquinho melhor. Ainda que isto se restrinja a uma localidade do país.
Um grande abraço,
Murilo Alves Sampaio e Silva