No campo linguístico, a classificação e o aprendizado de palavras como os adjetivos ganha o nome de morfologia. Assim, essa parte do conhecimento é encarregada de compreender a formação e a estrutura dos termos de forma isolada, e não conforme a sua representação em uma oração específica. Visto isso, no total são dez classes separadas entre gramaticais e de palavras.
No entanto, dessa vez, você irá conhecer e desvendar os mistérios envoltos por trás dos adjetivos. Vamos lá?
O que é adjetivo?
O adjetivo compõe a classe de palavra definida por gerar probabilidades de acréscimo dos significados designados pelo substantivo. Ou então, melhor dizendo, os adjetivos definem-se por delinearem uma área de significações para o substantivo. Como, por exemplo, ao atribuir uma qualidade, ou ainda, defeito, condição, estado, etc.
Além do mais, também podem indicar um predicado ao nome e sempre surgem na sentença antes ou depois do substantivo. E já relacionado ao sentido extralinguístico mostrado pelos adjetivos, a gramática determina-os como vocábulos de significado lexical, ou seja, com definição existente antes ou fora da palavra.
Dessa forma, o significado dos adjetivos condiz a um objeto, um referente ou algo que existe fora da linguagem. Sendo estes, os termos de categoria lexemáticos, que contem significação extralinguística.
Quais tipos de adjetivos existem?
Os adjetivos recebem classificação em conformidade com sua estrutura. Portanto, costumam serem agrupados em primitivos, compostos, derivados e simples. Por isso, com relação à formação, o adjetivo pode ser:
- Simples: os adjetivos simples representam uma estrutura criada por um radical único (sendo este o elemento básico da palavra). Dessa forma, o adjetivo simples rico, é formado somente por um radical (ric), por exemplo. Ex. quente, brasileiro, feio, bonito.
- Primitivo: que não é originário de outras palavras, onde atribui por si só uma qualidade sem referir-se a uma ação ou substância – fraco, pequeno, claro. Sendo esta a situação de grande parte dos adjetivos ligada a cores – rosa, verde, vermelho.
- Derivado: que decorre de outras formas lexicais, como verbos ou substantivos, tendo ligação semântica com os termos de quais derivam – engenhoso, querido, esperançoso, entristecida. Portanto, são formados de outras palavras e surgem do acréscimo de sufixo ou prefixo a um radical.
- Composto: criado por mais de um recurso, podendo ter um ou dois termos lexicais – adjetivos pátrios: americano, australiano, chileno. Outros ex. Azul-celeste, afro-brasileiro, socioeconômico, surdo-mudo.
Observação
Nessa classe não existe uma limitação de vocábulos em relação à quantidade de palavras.
Com relação à estrutura, o adjetivo é formado de um termo lexical feito pelo radical em combinação com o signo morfológico, realizando alternâncias e desinências, as duas depostas de significado próprio fora dessas fusões.
Ex. querido – queridíssimo.
Além do mais, os substantivos e adjetivos, nessa mesma ordem, estabelecem ligação gramatical de concordância na oração.
Ex. O estudante dedicado tirou uma boa nota na prova.
Dessa forma, na língua portuguesa, a concordância acontece pelas desinências com marca de grau (relativo ou absoluto), com os afixos de gênero (feminino e masculino) e de número (plural e singular).
Assim, o adjetivo concebe-se por mudar o substantivo, incluindo os pronomes substantivos, dando-lhes, de maneira geral modos, características, origem, estados, além de outras formas de predicados.
Flexões dos adjetivos
Como dito acima, os adjetivos mostram algumas espécies de flexões:
- Número – singular e plural;
- Grau – comparativo e superlativo;
- Gênero – masculino e feminino.
Flexão de gênero
Trata-se do adjetivo estar em concordância no gênero com o substantivo que ele qualifica. Dessa forma, se o substantivo for de gênero masculino, por sua vez, o adjetivo deve ser masculino. Contudo, se o substantivo apresentar gênero feminino, o adjetivo obrigatoriamente deverá ser feminino.
Exemplos:
- O gorro estava frio.
- A comida estava fria.
- O rapaz é ligeiro.
- A esportista é ligeira.
Todos os adjetivos acima mencionados (frio, fria, ligeiro, ligeira) são conhecidos como biformes, já que podem variar conforme o gênero. A mesma coisa é válida para os adjetivos glutão/glutona, conquistador/conquistadora, português/portuguesa e brasileiro/brasileira.
Entretanto, existem adjetivos invariáveis, não importando se o substantivo é feminino ou masculino. Por isso, esses adjetivos recebem o nome de uniformes, sendo esta a situação de simples, leal, ruim e frágil.
Flexão de número
A mesma maneira de comportamento do adjetivo no gênero acontece com o número. Em que se trata de concordância. Então, se o substantivo se encontrar no plural, o adjetivo por sua vez deve estar no plural. Mas se o substantivo estiver no singular, o adjetivo deve se encontrar no singular.
Exemplos:
- Esse aparelho se apresentou eficaz.
- Esses aparelhos se apresentaram eficazes.
- Aquela cama é desconfortável.
- Aquelas camas são desconfortáveis.
Flexão de grau
Acontece variação de grau num adjetivo quando se deseja comparar ou intensificar. Dessa forma, o adjetivo pode apresentar duas espécies de grau:
- O superlativo – que aumenta as qualidades;
- O comparativo – que equipara as qualidades.
Visto isso, o grau comparativo pode ser de igualdade (tão alto quanto), inferioridade (menos alta que) e superioridade (mais alta que).
Já o grau superlativo aponta aumento de características designadas ao substantivo. Assim, essa intensificação pode ocorrer de maneira relativa ou absoluta.
No grau superlativo relativo, existe a ideia de colocar o substantivo em ligação com outro elemento. Onde o grau relativo pode ser de inferioridade (Essa piscina é a menor do clube) e de superioridade (Essa piscina é a mais azul do clube). Por fim, o grau superlativo absoluto expõe a ideia de demasia. Em que pode ser analítico (A casa era muito grande) ou sintético (A casa era grandíssima).
Função delimitadora dos adjetivos
Segundo a gramática moderna, os adjetivos têm função delimitadora. E nesse quesito, ela mostra as seguintes diferenças:
- De explicação: os delimitadores de explicação evidenciam as propriedades do nome. Ex. O vasto horizonte, o imenso universo.
- De especialização: os delimitadores de especialização indicam limitações intensivas ou extensivas do substantivo, sem gerar contradição a outros termos que o qualificam. Ex. A vida inteira.
- De especificação: os delimitadores de especificação deixam restrita a área de referencia da palavra determinada, podendo adicionar outras especificações não ligadas ao seu significado. Desse modo, os adjetivos criam distinções. Ex. mulher / especificador: oriental – mulher oriental. Ex. Aves aquáticas / castelo medieval.
Obs. Esses casos se aplicam a termos pertencentes de uma categoria mais abrangente, gerando outra classe inserida nesta de antes, chegando a ser conhecida também por especificação distintiva.
O que são adjetivos pátrios?
Os adjetivos podem indicar países, continentes, estados, regiões ou cidades a qual fazem parte uma instituição ou pessoa.
Exemplos:
- Catarinense (de Santa Catarina);
- Baiano (da Bahia);
- Búlgaro (da Bulgária);
- Amazonense (do Amazonas);
- Neozelandês (da Nova Zelândia).
Desse modo, os adjetivos pátrios podem ser compostos, sendo preciso diminuir o primeiro termo que gera o adjetivo.
Exemplos:
- Greco-romano (Grécia e Roma);
- Franco-asiático (França e Ásia);
- Afro-americano (África e América).
O que é locução adjetiva?
É a expressão composta (de duas ou mais palavras) gerada por preposição e uma forma nominal, tendo como exemplo o substantivo com função de adjetivo. Lembrando que, a locução adjetiva sem inicia com uma preposição. Ex. vento de outono, chuva de estrelas, céu sem nuvens.
Além disso, grande parte das locuções adjetivas são trocadas por um adjetivo relativo. Ex. casa campestre, avaliação mensal, amor materno.
Substantivação do adjetivo
Acontece quando os adjetivos são utilizados inseridos em contexto sem referendar outro nome e empenhando a função de substantivo na construção textual.
Ex. O fato é que o curso não deixa refletir muitas vezes. Os ingênuos são os primeiros, em seguida levam os menos fracos, e por fim, os fortes.
Nesse caso, como demonstrado no texto acima, o adjetivo poderia delinear um substantivo, contudo o delimitador abstrai o termo delimitado, sem perder o sentido da sentença, onde o termo ingênuos, poderia vir acompanhado do substantivo inscritos, por exemplo.
Qual a função do adjetivo?
Estudos mais aprofundados vêm demonstrando que a função do adjetivo não é dar qualidade, mas sim qualificar. Dessa maneira, muita coisa já foi esclarecida sobre o predicado nominal, assim como o predicado do sujeito, pois ambos estão indissoluvelmente relacionados à excelente e importante classe gramatical do adjetivo.
Sendo assim, o adjetivo tem a função de qualificar ou dar qualidade?
Preste atenção nesses exemplos em destaque:
- Menino infeliz.
- Blusas desgastadas.
- País monótono.
- Aprendizados negativos…
Será que todos os substantivos acima ganharam uma qualidade ou foram qualificados? Portanto, compreendendo que qualidade se estabelece como uma coisa positiva, todos os adjetivos dessas frases parecem não imprimir tal função, não é mesmo?
Dessa forma, escolha sempre atribuir o adjetivo a função para qual ele existe, ou seja, a de qualificar, tendo em mente que qualificar pode ser tanto uma ação feita no bom sentido, quanto também em outro.
Usos particulares dos adjetivos
Como citado nas funções delimitadoras do adjetivo, ele pode assumir muitas funções, sendo que em algumas circunstâncias, também pode ser utilizado na condição de outra classe gramatical, a do advérbio.
Ex. O diretor entrou pacífico na sala de reuniões. (comparando a “pacificamente”)
Mesmo duvidando de tudo, ele ficou calmo. (indicando a condição de “calmamente”)
Onde várias são as circunstâncias em que o lugar assumido pelo adjetivo, na ocasião, depois ou antes, podem causar a alteração do sentido.
Ex. Tratava-se de um forte rapaz. (delimitado nessa ocasião como alguém construído de ações positivas)
Falava-se sobre rapaz forte. (aqui indicado com significado de robusto)
Também, muitas são as situações em que o adjetivo tem aspectos parecidos aos dos substantivos, os quais apenas podem ser determinados, levando em conta o contexto da sentença.
Ex. O local está cheio de estudantes menores.
Aqui, “menores” atribui uma qualificação ao sujeito – o que quer dizer se tratar de um adjetivo.
Menores estudantes se encontravam dentro do local.
Tendo em vista esse contexto, o antes era considerado adjetivo, agora ganha a denotação de substantivo.
Exercícios Resolvidos
1 – Sobre os adjetivos, é correto afirmar:
a) Classe de palavras que se caracteriza por delimitar o substantivo, atribuindo-lhe qualidades, estados, aparência etc.
b) Classe de palavra invariável que modifica o sentido do verbo, do adjetivo e do advérbio.
c) Classe de palavra que vem antes do substantivo, indicando se ele é determinado ou indeterminado.
d) Classe de palavra invariável que exprime estados emocionais.
e) Conjuntos de verbos que, em uma determinada frase, desempenham valor de um único verbo.
Resolução:
Alternativa “a”. Os adjetivos apresentam como principal característica a função de delimitar o substantivo, especificando-o.
2 – Assinale a oração em que o termo cego(s) é um adjetivo:
a) Os cegos, habitantes de um mundo esquemático, sabem onde ir…
b) O cego de Ipanema representava naquele momento todas as alegorias da noite escura da alma…
c) Todos os cálculos do cego se desfaziam na turbulência do álcool.
d) Naquele instante era só um pobre cego.
e) … da Terra que é um globo cego girando no caos.
Resolução:
Alternativa “e”. Nas alternativas “a”, “b” e “c”, a palavra “cego” é um substantivo que está se referindo a uma pessoa que realiza determinada ação. Na alternativa “d”, também atua como substantivo. Na alternativa “e”, a palavra “cego”, está atribuindo característica ao globo terrestre, portanto, atua como adjetivo.
3 – eu gostava muito de passeá… saí com as minhas co lgas… brincá na porta di casa di vôlei… andá de patins… bicicleta… quando eu levava um tombo ou outro… eu era a::… a palhaça da turma… ((risos))… eu acho que foi uma das fases mais… assim… gostosas da minha vida foi… essa fase de quinze… dos meus treze aos dezessete anos…
A.P.S, sexo feminino, 38 anos, nível de ensino fundamental, projeto fala goiana, UFG. 2010 (inédito).
Um aspecto da composição estrutural que caracteriza o relato pessoal da A.P.S como modalidade falada da língua é:
a) predomínio de linguagem informal entrecortada por pausas.
b) vocabulário regional desconhecido em outras variedades do português.
c) realização do plural conforme as regras da tradição gramatical.
d) ausência de elementos promotores de coesão entre os eventos narrados.
e) presença de frases incompreensíveis a um leitor iniciante.
Resolução:
Alternativa “a”. Predomínio de linguagem informal entrecortada por pausas.